sexta-feira, 21 de junho de 2013



Uma placa de impedido fixada aqui, na cabeça, no coração e em todos os outro lugares. Impedido porque afeto desse jeito não da pra ser dividido com mais de uma pessoa, impedido com todas as letras e significados que a palavra tem, impedido, sem vontade de ter, sentir e envolver...
Desde o dia em que tudo começou a ser tão pertinente, bom e reciproco, não consigo ser de mais ninguém... Acho que o cérebro manda um sinal pro coração avisando exatamente isso, avisando que é tempo de "sossego" e de deixar acontecer.
Não me lembro de ter sentido tanta coisa misturada assim desde que o mundo é mundo, não sei até que ponto isso faz algum sentido, mas sei que o mundo fica verdadeiramente melhor quando você tá perto, quando tá junto e quando me enche a paciência. 
Delícia de quinta-feira, delicia de sentidos aguçados, delicia de momentos impares que me cercam, me entorpecem e me envolvem.
Quando vejo, virei seu texto, Ou virei MEU texto, com a sua cara no começo e no fim de cada frase.


"Só com muita intimidade a gente se sente confortável para revelar nossas vontades mais toscas, nossas taras mais bizarras sem medo de ser feliz ou de ser taxado como pervertido. Somente quando confiamos em alguém nos atrevemos a partilhar coisas das quais normalmente nos envergonharíamos. Não dizia Nelson Rodrigues que “se cada um soubesse o que o outro faz dentro de quatro paredes, ninguém se cumprimentava”? Então, ele estava certo. É na quietude dos lençóis branquinhos com arabescos na fronha em uma cama de casal que mora o perigo. Você pode descer até todos os inferninhos mais mequetrefes da Augusta. Pode pegar a puta mais barata e transar com ela em um banheiro onde cheiram cocaína. Mas isso não chega nem perto da putaria que ocorre no lençol cheirando a amaciante de uma cama de casal.
E isso é muito mais imundo que qualquer depravação. É aquela vontade de morder seus dedos, de cheirar sua nuca, rasgar seu ombro. Não existe putaria maior que saborear sem nojo toda a pessoa por inteira, sem frescuras ou restrições. Amor é nos sentirmos confortáveis com nossos desejos mais íntimos quando encontramos alguém com quem fazer um pacto secreto de conivência diante das bizarrices do outro. Algo como: o que acontece em Vegas, fica em Vegas. É admitir nossa fragilidade e permitir que o outro faça contigo algo que jamais nos submeteríamos com um estranho. É o laço de lealdade se aprofundando a cada aumento de devassidão.
O amor é sujo. Porque é lindo e feio. Tem cheiro de mijo. Te leva ao céu. Te tira o chão. Te rouba a consciência. Te surra. Te esmurra. Te fode de um jeito “bato porque gosto de você". E eu e você somos cúmplices dessa sujeira. A gente se entrega. A gente inventa e aperfeiçoa o nosso sexo. A gente não apenas troca fluídos corporais. A gente fode com a alma. A nossa sintonia me faz achar as pintinhas do seu ombro a coisa mais linda desse mundo e você quase goza só olhando a curva das minhas costas. Quer putaria mais absurda que essa?" - Blog Casal sem vergonha -

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